terça-feira, 13 de março de 2018

Assunção Cristas e a polémica das touradas...



"Olho para a tourada como um bailado" - a declaração de Assunção Cristas, líder do CDS/PP, na entrevista que este sábado concedeu ao "Expresso", motivou muitas críticas nas redes sociais.
Tiago Barbosa Ribeiro, deputado do Partido Socialista, escreveu: "É igual ao movimento em que oa bandarilheiros entram no palco, cravam os ferros e os bailarinos começam a bolsar sangue".
Com menos nível, o deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, criticou assim a comparação: "Cuidado se alguém do CDS te convidar para bailar. Podes acabar com uma bandarilha espetada no lombo".
Mas o facto de Assunção Cristas ter afirmado que "se pensar muito, muito, muito, muito", talvez "tenha pena dos toiros", suscitou também muitas críticas nas redes sociais por parte de aficionados da arte tauromáquica, indignados com o facto de a líder centrista não assumir a defesa da tradição cultural que representam as touradas.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Cristas foi "politicamente correcta" e não quis, de facto, expressar o seu apoio às corridas de toiros, não disse sim, nem não, mas apenas nim... para ficar bem com Deus e com o Diabo...
Para acabar de vez com a polémica e porque, aliás, as suas declarações, da forma como têm sido publicadas, encontram-se fora do contexto em que foram ditas, vamos aqui reproduzir na íntegra a parte da entrevista das jornalistas Helena Pereira e Mariana Lima Cunha, deixando aos leitores aficionados as conclusões que daqui tirarem:

- Há dois anos atrás, a JP (Juventude Popular) organizou uma tourada e o partido não pareceu querer associar-se...
- Muita gente do CDS foi, dirigentes, a nossa deputada eleita por Santarém esteve lá. No CDS há quem goste de touradas e quem não goste. Eu não assisto, mas gosto.
- Porque não tem tempo ou porque é impopular?
- Porque não tenho tempo e não sou suficientemente aficionada.
- Não tem pena dos toiros?
- Se pensar muito, muito, muito, muito, talvez. Mas eu olho para a tourada como uma expressão de cultura e como um bailado, e quando olhamos para grandes mestres como Picasso e Hemingway pensamos que não estamos sózinhos nisto. Percebo que é um tema que gera muitas discórdias e que nem é uma divisão esquerda-direita, mas tem que ver com as experiências de cada um.

Foto D.R.